segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Vale do Bonocô (Avenida Mário Leal Ferreira)

A origem deste batismo é explicada pelo professor Waldeloir Rêgo, em texto publicado no livro Iconografia dos Deuses Africanos no Candomblé da Bahia, onde se lê: “Em outro ponto da cidade onde existe uma baixada chamada Baixa do Bonocô, antes Gunocô, que é uma corruptela de Igunnukô, os negros se reuniam à noite para fazerem o ritual de Baba Jgunnukô, em volta de uma árvore sacralizada, distribuído eghó (milho branco cozido) enquanto dava meia-noite, quando Baba Igunnukô aparecia. Os fiéis que desejassem fazer consulta, tomavam de uma terrina branca, ekó (acaçá), vela e dinheiro e pediam o que queriam, para quando Baba Igunnukô chegasse responder as consultas feitas, de acordo com as terrinas que encontrava ao pé da árvore. Ao som de cânticos e toques, Baba Igunnukô dançava de um lado para o outro e quando avançava em direção contrária à área do ritual, traziam-no de volta, sempre dizendo Eçsó, avsó Baba (calma, caha, pai)”. Foi a partir dessa pequena área de culto afro que teve origem o nome que serve como batismo a todo o Vale do Bonocô. 


Luiz Eduardo Dórea

DÓREA, Luiz Eduardo. Os nomes das ruas contam histórias. Câmara Municipal de Salvador, 1999, p. 15,16.

2 comentários:

  1. Para mim foi uma grande descoberta pois trabalhei em um Colégio da área e o mesmo foi construído no espaço onde funcionava o terreiro desse ilustre cidadão, Baba Jgunnukô que deu o nome para a Avenida, á árvore secular e uma Diretora pediu para extirparem.

    ResponderExcluir
  2. Eu passei a minha infância nesse terreno que hoje funciona o colégio estadual João Pedro Dos Santos tenho vontade de saber mais a respeito de tudo que envolve inclusive os donos do terreno

    ResponderExcluir