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sábado, 12 de março de 2016

Lapinha

Largo da Lapinha e Pavilhão do Caboclo

Em substituição à casa, onde, até então, se guardavam os tradicionais emblemas de nossa emancipação política, foi construído, por subscrição popular, por iniciativa do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, o Pavilhão 2 de Julho, à Praça Coronel Araponga, antigo Largo da Lapinha. O Pavilhão é de arquitetura sóbria e elegante.

PEDRO CELESTIN0 DA SILVA

No Largo da Lapinha, local tradicional dos festejos de 2 de Julho, está o pavilhão das imagens do Caboclo e da Cabocla, que saem anualmente no maior cortejo cívico da Bahia. Os caboclos antigamente eram abrigados numa casa no Maciel de Baixo.

Também no largo, a nova Igreja da Lapinha, miscelânea da mais grotesca arquitetura de uma casa de Deus. E uma confusão de Alhambra de Sevilha, do gótico, do neoclássico, do romântico e do barroco. Tamanha a confusão estilística do templo, que a tôrre não resistiu ao vento noroeste, caindo certa feita quase no meio da praça.

Não somente festejos cívicos o largo reúne. Ternos e rancho da Festa de Reis aí se concentram, numa das mais populares e tradicionais festas baianas. A festa de Reis é realizada no último dia da exposição dum grande Presépio armado na praça, pelos moradores do bairro, que anualmente procuram fazer sobreviver essa tradição folclórica. Imortal é o terno do Arigofe, cujo boneco negro de olhos azuis está guardado no Museu do Instituto Histórico, mostrando, como um general de batalhas vitoriosas, dezenas de medalhas de ouro. Modestos, porém queridos ainda, são o “Terno do Sol do Oriente”, da “Bonina”, do “Girassol”, das “Baianas”.

Darwin Brandão & Motta Silva. Cidade do Salvador – caminho do encantamento. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1958, p. 173.