quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Pelourinho...Pelô (Praça José de Alencar)

Da antiga Metrópole brasileira ressalta a área do Pelourinho, ou simplesmente Pelourinho, que não denomina apenas a praça José de Alencar — mas também as ruas que ali confluem e outras, adjacentes.

O nome de Pelourinho aparece como significativo do conjunto que se situa no coração da cidade, entre o Terreiro de Jesus e o Carmo. Aceitou-se — a crescente extensão semântica de seu significado original.


Integra o Centro Histórico de Salvador, outrora, ponto de convergência da aristocracia e da elite cultural, onde se encontra o acervo de arte mais importante da época colonial, tombádo pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artlatico Nacional — IPHAN.

O Largo do Pelourinho, lápide memorável das lutas flamengas, resultante da demolição de cerca de dois terços do Castelo das Portas do Carmo, encerra mais de quatro séculos de história, entremeada de episóiodis dramáticos.

O erudito escritor português, Santos Simões, conhecedor dos núcleos culturais implantados por seu país em ultramar, evoca, com ternura no seu livro Azulejaria Portuguesa no Brasil (1500-1822), Lisboa, 1965:

"Quem se aventura na exploração da velha Bahia, iniciando a excursão em 5. Francisco, depara com a rampa suava que conduz ao Pelourinho. De todas as perspectivas urbanas do Salvador est? é a mais conhecida e publicada, porquanto conserva todo o caráter dos tempos históricos, quando a Bahia era a capital. Nenhum outro local se parece mais com a paisagem urbana portuguesa e dificilmente o forasteiro português acredita estar a tantas milhas, por exemplo, do 'Paço dos Negros' em Lisboa ou da 'Ribeira do Porto'.

Além do casario de variegada arquitetura e das silhuetas a fachada das igrejas do Passo ou do Carmo, ajuda poderosamente ao conjunto e fachada da igreja da irmandade de Nossa Senhora do Rosário, privativa dos negros do Salvador".

O nome das ruas, a despeito da variação dos batismos oficiais, conserva-se como no tempo da colônia. “O povo resiste à deturpação arbitrária de suas tradições. Rebe!a-se inconscientemente”. E continua a chamar os arcaicos logradouros com as designacões primitivas: Terreiro de Jesus, Portas do Carmo, Maciel, São Francisco, Laranjeira, Tabuão e Passo.

No depoimento de Wladimir Alves de Sousa, o Pelourinho, “pequena cidade dentro da cidade, representa um património da cultura americana que urge preservar".

Waldermar Mattos

MATTOS, Waldemar. Evolução histórica e cultural do Pelourinho.
SENAC, Rio de Janeiro, 1978, p. 11.

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