sexta-feira, 20 de abril de 2012

Soledade

Solar Bandeira, Ladeira da Soledade, 126.
Aquarela de J. Naher, séc. XIX - Coleção IGHB.

[...] o conjunto de casas da rua Augusto Guimarães (Soledade), do lado par, do número 126 ao número 158, constitui um grupo excepcional de construções, geralmente residências aristocráticas cujas fachadas do lado oposto à rua dominam jardins em terraço voltados para a baía. Muitas dessas casas são cobertas de azulejos. Pode-se até mesmo encontrar vestígios da decoração de azulejos do jardim e dos terraços do suntuoso sobrado de Pedro Rodrigues Bandeira (n. 126), casa cujo interior está dividido em uma dezena de apartamentos distintos, mas que conservou sua luxuosa decoração interna. Não há dúvida de que a renovação do bairro da Soledade, considerando a localização de seus imóveis, seria particularmente rentável, e poderia ser dedicada à residência e à estada turística de longa duração.

Michel Parent, no relatório “Proteção e valorização do patrimônio cultural brasileiro no âmbito do desenvolvimento turístico e econômico”. UNESCO, Paris, 1968. In: "As missões da Unesco no Brasil: Michel Parent". [tradução de Rejane Maria Lobo Vieira]; organização e texto de Claudia Feierabend Baeta Leal. Série Pesquisa e Documentação do IPHAN nº 3. Biblioteca Noronha Santos - COPEDOC/IPHAN, Rio de Janeiro, 2008, p. 90 e 91.


Construído na segunda metade do século XVIII, pelo senhor de engenho, 
Pedro Rodrigues Bandeira, um dos introdutores da navegação a vapor na Bahia 
e um dos financiadores do movimento da Independência da Bahia.
Tombado pelo IPAC em 2010. Fonte: infocultural.com.br.
Foto: http://www.cidteixeira.com.br/

A concepção da fachada principal e o jardim voltado para a Baía de Todos os Santos, eram reconhecidos como uma das áreas mais aprazíveis por diversos estrangeiros que visitavam a capital nos séculos XVIII e XIX. [...] o jardim do Solar Bandeira chegou a ser classificado de “maravilha e orgulho da Bahia”. 

Frederico Mendonça, 2010 (Fonte: infocultural.com.br)




Ladeira da Soledade

No sopé da Ladeira da Soledade, fica o Canto da Cruz, que é a confluência de muitos caminhos: Baixa das Quintas, Alto da Soledade, São José de Cima e São José de Baixo, Ladeira da Água Brusca, Água de Meninos, Estrada da Rainha.

No Canto da Cruz está a casa de ferragens de um espanhol que,dizem, tem melhor negócio quando os bondes deslizam do alto da Soledade, invadindo o estabelecimento. Então, o seguro paga tudo.

A Ladeira da Soledade, larga, imponente, de sobradões antigos, fachadas azulejadas e beirais de telhas de louça, abre ao visitante um teatro urbano que lembra uma Ladeira do Pelourinho limpa e de população melhor alimentada.

Darwin Brandão & Motta Silva. Cidade do Salvador – caminho do encantamento. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1958, p. 172.

Solar azulejado onde morou Castro Alves.
http://www.cidteixeira.com.br/

Solar Azulejado que desmoronou internamente recentemente,
quando era ocupado por dezenas de famílias que subdividiam seus cômodos
e "puxadinhos" construídos no antigo quintal..
http://www.cidteixeira.com.br/
Foto: Acervo IPHAN.
Foto: Acervo IPHAN.
Foto: Acervo IPHAN.
O belo e raro detalhe das telhas de cerâmica decorada.
Foto: Acervo IPHAN.



Igreja e Convento da Soledade

Ao meio-dia, Lima e Silva fêz entrada triunfal na cidade, através do arco que as freiras da Soledade mandaram ràpidamente erguer à passagem do vitorioso exército patrício.
AUSTRICLIANO DE CARVALHO

No alto da ladeira, a Igreja e o Convento da Soledade, fundado pelo jesuíta Gabriel Malagrida, com finalidade inicial de ser um recolhimento para “arrependidas do meretriciado e donzelas pobres”. As ursulinas da Soledade assumiram atitude patriótica ao lado do povo, coroando de louros as tropas da Libertação, no dia 2 de Julho de 1823.

Darwin Brandão & Motta Silva. Cidade do Salvador – caminho do encantamento. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1958, p. 172.

Da "Estrada da Rainha", vista dos fundos do Conjunto de N. S. da Soledade.
Conjunto da Soledade.
Igreja de N. S. da Soledade
Maria Quitéria, heroina do Dois de Julho, no Largo da Soledade.

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