Há muita confusão aqui, Senhor.
Os sinos badalam nas tôrres côr de osso, São Lázaro come pipocas, há
anjos de madeira com asas de arara e oxês escuros empapados de azeite. Incenso,
mirra, ouro e mugunzá; ouro nas farofas e nas enlouquecidas naves barrôcas, mirra
e incenso não faltam, estão no ar transparente, nas brisas que vêm de longe, no
aromado passar de uma crioula.
E há paz nos largos pátios de azulejo, paz na sombra vertical dos
arvoredos encantados, na água das quartinhas, na luz imensa da Bahia, luz a
prumoi que soca na sombra fresca dos velhos portões de pedra, luz do meio-dia,
a hora do Cão.
Caribé
In: Darwin
Brandão & Motta Silva. Cidade do
Salvador – caminho do encantamento. São Paulo: Companhia Editora Nacional,
1958.
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