Quando será que veremos a administração pública e a população da cidade com postura mais adequada com relação ao lixo? A coleta é insuficiente; faltam lixeiras e definição de locais adequados para depósito do lixo em muitas ruas, avenidas, praças e largos; não há um programa efetivo de reciclagem; as pessoas jogam lixo dos veículos em movimento em qualquer lugar; usam córregos, rios e canais como lixeiras (mesmo na presença de lixeira "jogam" lixo em qualquer lugar)... É horrível. E o pior é que se trata de uma infeliz herança histórica:
"Oh assolada veja eu
cidade tão suja, e tal,
avesso de todo o mundo,
só direita em se entortar.
Terra que não parece
neste mapa universal
com outra, ou são ruins todas,
ou ela somente é má."
Gregório de Mattos.
"Senhor meu, toda a Bahia
nada aqui em porcaria.
Eu vos afirmo, eu vus juro
se não fosse a vossa vinda
Oh! Existiria ainda
em cada canto um monturo."
João Nepomuceno da Silva
Relatório Poético para D. Pedro II, 1859.
"Nestas ruas sem asseio, porcas, sujas,
onde o lixo se amontura até sol quente,
passo às vezes eu pisando em ratos podres:
a higiene desta terra mata a gente.
Quando o carro da limpeza vai passando
fica tudo quase que no mesmo estado;
façam todos como eu — mão no nariz,
causa nojo a presidência do Machado.
Sinto horror, cuspo logo, não me falem
Nestas coisas de tanta porcaria:
Guardem ruas por mim agora aqui
Quantos vômitos pode dar toda a Bahia.
Adeus ruas — monturões de meio-dia,
adeus, eu vou deixar essa má gente;
minhas queixas eu publico, mas embalde,
desde o dia que o Machado é presidente."
K. T. Pimenta
Paródia
ln: O Neto do Diabo. 1(24): 8, l5 out. 1888.
Para Refletir:
