sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Século XVI - Limites e Portas

A primeira capital da América Portuguesa obedecia aos limites seguintes: norte, praça de Palácio e início da rua da Misericórdia; sul, fim da rua Direita de Palácio (Chile) e começo da Porta de Santa Luzia (praça Castro Atves). Oeste, a escarpa, quase a pique; leste, o tremedal das hortas de São Bento. Havia, portanto, que cuidar somente das defesas ao norte e ao sul.

“Localidade fechada dentro dos seus muros de taipa, Salvador abria-se para o mundo através das portas que possuía, em número de duas: a de Santa Catarina ao norte e a de Santa Luzia ao sul, flanqueadas por baluartes com pontes levadiças sobre os fossos circulantes. Uma paisagem do feudalismo europeu i, transplantada para os trópicos da América”.

Porta do Carmo, por dar acesso ao caminho conducente ao Convento do Carmo, que se ergue na colina batizada por Monte Calvário ou Monte do Carmo, antiga aldeia de índios. Despontou com a denominação de Porta de Santa Catarina ou Porta do Norte, ao longo da linha verdejante da “costa (2) mui ingreme”, que se extendia extra-muros da cidade de 1549. No segundo século da colonização, Porta de Bestefeld, nome do comandante holandés da sua guarnição de defesa em 1624-1625.

As Portas do Carmo, vulgarmente levadas ao plural, entre o mar e o rio das Tripas, (3) à entrada do Maciel, segundo o engenheiro José Antônio Caldas, fechava “o corpo da cidade” ao norte.
[...]
Revela Gabriel Soares que, em 1587, os muros levantados por Tomé de Sousa haviam ido ao chão, tanto por serem de taipa como porque “se não repararam nunca, em o que se descuidaram os governadores”.
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D. José de Mirales afirma que D. João de Lencastro ordenou a construção do hornaveque, e do reduto a cavaleiro, que defendia a porta exterior, brasonada ao alto com as armas da cidade, concedidas por Tomé de Sousa. Apresenta-se como uma “soberba plataforma com dois baluartes”, onde diariamente permanecia de guarda uma companhia.

Reprodução no livro de Waldemar Mattos.


‘O Castelo das Portas do Carmo é que fecha o corpo da Cidade pela parte do Norte. Ë um simples cavaleiro. Neste está atualmente um corpo de guarda com vinte soldados, um .oficial, sargentos, como nas Portas de São Bento. A explicação da planta e a fachada mostrará melhor esta obra. Tem cinco peças de canhão. de ferro e nove balas de ferro”.

Escreve o engenheiro José Antônio Caldas, na legenda referente ao desenho da planta e da fachada do castelo, em Noticia geral de toda esta Capitania da Bahia desde o seu descobrimento até o presente ano de 1759, Bahia, 1951.

Resquício do Castelo ou Fortaleza das Portas do Carmo
em foto do livro de  Waldemar  Mattos.

Waldemar Mattos

MATTOS, Waldemar. Evolução histórica e cultural do Pelourinho.
SENAC, Rio de Janeiro, 1978, p. 12,13,19,20.


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