[...] o Colégio dos Jesuítas, no século XVI, detentor das prerrogativas de Universidade, velho sonho dos inacianos que introduziram, na Bahia, àquela época, o primeiro curso de Arte, Filosofia e Letras, ministrado no Real Colégio da Bahia, primeiro centro que praticou o “ensino universitário” na América Portuguesa.
Este ensino, à moda da época, era limitada não só pelas solicitações da sociedade colonial, em formação, como também pela Metropole, que jamais permitiu a criação de uma universidade na Colónia, Naquele tempo, apenas os estudantes ricos, que pertencessem à nova “aristocracia” colonial — grandes proprietários rurais e prósperos negociantes — podiam deslocar-se para a Universidade de Coimbra, onde faziam o curso superior. De qualquer forma, como ressalta Pedro Calmon, “no apogeu dos estudos, o Colégio da Bahia, sem o nome de Universidade, era-o, entretanto, praticamente, quatro faculdades superiores, com graus académicos e festas escolares brilhantes”.
Em 1575, o Colégio do Terreiro de Jesus diplomou, em atos solenes, bacharéis, licenciados e mestres em arte, além de oferecer, em nível mais avançado, o curso de Teologia e Ciências Sagradas, visando ao aproveitamento de vocações.
Os apelos dos discípulos de Inácio de Loiola, começados em 1583, se repetiram, através do Senado da Câmara e do Povo, num oficio datado de abril de 1654, dirigido a Gregório de Matos, então em Lisboa: “Por muitas vezes representamos a Sua Alteza as conveniências que se seguiam a seu Real Serviço em haver neste Estado uma Universidade a exemplo da de Évora”.
Waldemar Mattos
MATTOS, Waldemar. Evolução histórica e cultural do Pelourinho.SENAC,RJ, 1978, pg. 37.
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