Numa região enladeirada do centro histórico de Salvador fica localizada uma das maiores, mais importantes e antigas construções civis da cidade, a "Casa Nobre do Maciel", ou "Solar Ferrão", iniciada em meados do século XVII, e ampliada ao longo dos séculos XVIII e XIX.
Um medalhão em cantaria sobre portada esquerda destaca o ano de 1690, enquanto na portada oposta é registrado o ano de 1701. As duas datas, certamente, marcam obras de ampliação e decoração realizadas e diferentes períodos.
A passagem da família Maciel pelo Solar é demarcada por um brasão. Acredita-se, ter sido Antônio Maciel Teixeira o primeiro proprietário e responsável por grande parte da construção. "Cavalheiro Professo da Ordem de Cristo" e membro da "Santa Casa de Misericórdia", onde ocupou as cadeiras de "Irmão Maior" e "Provedor", a partir de 1695, Antônio Maciel Teixeira também assumiu a "Mesa de Vereança" da cidade em 1700.
Uma fonte de água já existia no local e era de uso comum dos moradores da região, por isso, Antônio Maciel Teixeira teve que se comprometer com o Senado a manter o acesso público, através de uma porta aberta no muro do fundo da propriedade, onde mantinha um jardim e uma horta. Os proprietários que o sucedessem, também deveriam permitir o uso da água da fonte aos moradores da redondeza. Esta "Fonte do Maciel" foi redescoberta durante obras de construção da Praça das Arte Cultura e Memória, no final da década de 1990.
Uma fonte de água já existia no local e era de uso comum dos moradores da região, por isso, Antônio Maciel Teixeira teve que se comprometer com o Senado a manter o acesso público, através de uma porta aberta no muro do fundo da propriedade, onde mantinha um jardim e uma horta. Os proprietários que o sucedessem, também deveriam permitir o uso da água da fonte aos moradores da redondeza. Esta "Fonte do Maciel" foi redescoberta durante obras de construção da Praça das Arte Cultura e Memória, no final da década de 1990.
O Solar possuía uma capela sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição, onde foi realizado, em 1730, o casamento de Gaspar de Maciel de Sá e Antônia Josefa Gaioso Peralta - ocasião em que pertencia a José Sotero Maciel de Sá Barreto. O "Maciel de cima"e o "Maciel de Baixo", como são conhecidos os quarteirões que circundam o solar até hoje, devem o título à ilustre família.
Em 1755 o Solar foi adquirido pelos jesuítas que o adaptaram para o funcionamento do "Seminário N. Sra. da Conceição" e implantaram no seu quintal um imenso e "riquíssimo" presépio e uma ponte para lhe dar acesso.
Expulsa a "Companhia de Jesus" do Brasil, em 1759, o imóvel ficou fechado por longo tempo até ser levado a "hasta pública" (leilão). Sem manutenção adequada, naquele período ruiu o muro posterior à "Rua das Hortas", e a situação foi se agravando a ponto de impedir o trânsito no "Beco do Ferrão".
Foi inquilino do Solar, o Sargento-Mor Antônio Gomes, que passou a criar dificuldade para que as pessoas da região tivessem acesso à "Fonte do Maciel", mandando, inclusive, em 1767, fechar a porta no muro, pelo que o povo recorreu diante do Senado da Câmara, obtendo êxito em sua petição para permanecer se abastecendo de água ali. Ainda assim, o sargento se valia da sua patente para desobedecer a advertência do Senado, mesmo quando este recorreu junto ao governador.
A família Ferrão Castelo Branco, próxima proprietária do Solar legou-lhe o nome com que foi batizado, ocupando o imóvel por 60 anos.
O imponente Solar possui elementos decorativos de influência barroca e rococó, que foram sendo inseridos em diferentes épocas e por diferentes proprietários, ao longo de sua história. No século XIX, sua fachada também recebeu elementos que o adequavam ao gosto eclético, mas estes foram removidos durante as obras de restauração realizadas pelo IPAC na década de 1970, com recursos do "Programa de Cidades Históricas do Nordeste" - PCH, do Governo Federal.
Perdeu-se entre os bens que compunham sua decoração uma coleção de telas que retratavam as invasões holandesas à cidade do Salvador, em 1624.
Fonte:
IPAC. Política e Programa de Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico, Cultural, Arqueológico e Natural do Estado da Bahia. Salvador, SEC/IPAC, 1984.
Foto: Acervo IPAC. |
Foto: Lazaro Menezes. |
Foto: Acervo IPAC. |
Pela minha Genealogia a minha pentavo pertence a está família
ResponderExcluirMaria Joaquina de Jesus, filha do Cap Gaspar Maciel de Sá Barreto