domingo, 21 de janeiro de 2018

Igreja e Convento de de N. S. da Piedade - Capuchinhos

A ordem dos franciscanos foi fundada em 1210 e deu origem a outras duas: a dos Conventuais e a dos franciscanos. Três séculos depois, Frei Mateus Bascio, discípulo  de São Francisco, sentindo que os religiosos se distanciavam dos seus ensinamentos, criou a ordem dos Capuchinhos (nome que remete ao capuz do hábito), com o objetivo de “voltar aos princípios de austeridade e pobreza de São Francisco”. Os que ingressam na Ordem fazem votos de pobreza, obediência e castidade. Usam o hábito marrom, com o capuz e o cordão de São Francisco amarrado na cintura. Até a década de 1970, também era obrigatório o uso de barba.

O Hospício de Nossa Senhora da Piedade  foi erguido a partir de 1682 a certa distância da primitiva cidade do Salvador, para hospedagem de missionários que atuavam em várias frentes na colônia portuguesa da América do Sul.

Gravura do século XVII, Fonte: FGM.

Foi Frei Martinho de Nantes que trouxe a Ordem para Salvador e antes da construção de sua própria sede local, os missionários se hospedavam em conventos de outras ordens. Em 1687, os primeiros freis puderam ser acolhidos no primitivo Hospício de Nossa Senhora da Piedade. E em 1712, a edificação foi elevada a residência oficial e prefeitura da "Missão da Bahia".

Guilherme Gaensly, Década de 1920.

Em Carta Régia de 18 de janeiro de 1809, Frei Ambrosio da Rocca obteve autorização para grande reforma e ampliação. A bela cúpula do templo, toda coberta de terracota colorida importada de Hamburgo, na Alemanha, foi construída entre 1866 e 1868, pelo Frei Sabino de Rimini.

A partir de 1865, oficiais e praças baianos destacados para as batalhas no sul do Brasil, e que voltaram vitoriosos, assumiram a organização da "Procissão em homenagem a N. S. da Piedade", com seu curso até o Quartel do Aflitos.


Em 29 de agosto de 2000, dia de Santo Antonio, o conjunto de quatro sinos da torre do campanário, de origem italiana, voltou a tocar, em homenagem ao santo. Datado do século XVIII o conjunto ficou dois anos desativado dedido a falta de manutenção que ameaçava fazer ruir as torres. O balançar dos sinos, pesando entre 150Kg e 400Kg, estava causando rachaduras nas paredes.

Naquele período em que várias ações foram realizadas em comemoração aos 500 anos do Brasil, o “Programa os sinos que dobram”, bucava resgatar a tradição católica das badaladas de sinos das igrejas da primeira cidade e capital da colonização.

Atualmente os capuchinhos na Bahia mantém uma série de atividades junto a população da cidade. Além das concorridas missas, que atraem os comerciante do antigo centro da cidade, há cursos de restauro de documentos e livros antigos, coral, seminários e outros eventos num confortável auditório.

Há no espaço também um museu com acervo que remonta às atividades missionárias passadas e história da Ordem.


Camillo Vedani, 1865.
Benjamin Mulock, 1861.

Postal de cerca de 1925.


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