“Inicialmente, os portugueses não tinham por objetivo povoar o novo território, mas proceder ao seu reconhecimento na linha litorânea, tarefa de que se desincumbiram imediatamente. Partiu de capitães da frota de Pedro Álvares Cabral a idéia da vinda de uma expedição exploradora, que pudesse reconhecer a terra recém descoberta. Em vista disso, D. Manuel mandou preparar, em 1501, três embarcações destinadas a fazer essa visita. Da expedição fazia parte o florentino Américo Vespúcio, indevidamente citado como seu comandante, honra que deve ser debitada ao português Gaspar de Lemos. A segunda expedição aqui esteve entre 1503/1504, tendo saído de Lisboa a 10 de junho de 1503, atingido a ilha de Fernando de Noronha, perdendo-se nesse ponto a nau capitânia. Do resto da frota separaram-se dois navios, que foram ter à Baía de Todos os Santos, assim batizada em 1501 por Vespúcio, comandante dessa nova empreitada, até Cabo Frio.
Aqui fundaram uma feitoria fortificada, carregaram pau-brasil, deixando no local uma guarnição de 24 homens, depois de ligeira exploração do Interior, só regressando, no ano seguinte, a Portugal. Outras expedições foram mandadas pelo rei de Portugal, a exemplo da colonizadora de Martim Afonso de Sousa, mas as freqüentes visitas de navios franceses ao litoral brasileiro para fazer carregamento de pau-brasil, levaram a Coroa a estabelecer o regime das Capitanias Hereditárias, por meio das quais julgava dominar inteiramente o nosso território.”
Consuelo Pondé de Sena
SENA, Consuelo Pondé de. Os Tupinambá da Bahia. In: NASCIMENTO, Jaime; GAMA, Hugo. A Urbanização de Salvador em Três Tempos – Colônia, Império e República. Textos Críticos de História Urbana. Salvador: Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, 2011, Vol. I, pg. 19.
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